O presidente da CMB, Mirocles Véras, participou, na manhã desta quinta-feira (3/12), do Seminário Virtual Cenários 2021 – Perspectivas e Oportunidades, realizado pela Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul.
Com apresentação mediada pelo presidente do SINDIBERF (Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul), Fenando Gama, Véras fez um balanço da atuação, conquistas, pleitos e projetos da CMB.
O presidente da Federação iniciou sua explanação lembrando dos problemas resultantes do subfinanciamento do SUS. “O subfinaciamento levou ao endividamento. Pela Constituição, é dever do Estado a saúde pública e nós estamos fazendo esse dever, bancando-a. Não queremos dinheiro público, queremos ser remunerados de forma justa pelo serviço prestado, para que possamos continuar a servir os brasileiros mais necessitados”, disse ele, pontuando que, com a falta de recursos, as instituições não conseguem renovar suas estruturas físicas e tecnológicas para melhorar a qualidade do atendimento.
Véras lembrou ainda das dificuldades enfrentadas pelo setor filantrópico de saúde com a pandemia da Covid-19, como alta nos preços de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), além da queda das receitas provenientes dos atendimentos de convênios e a demanda reprimida crescente pela suspensão dos atendimentos eletivos. “Esse ano foi de muito problema para nossas instituições, mas como temos a missão de atender a população, superamos e, com certeza, contribuímos para que não fosse pior o percentual de mortes em nosso país”.
Entre as conquistas intermediadas pela CMB para os hospitais filantrópicos, o presidente pontuou a aprovação da lei federal nº 13.995/20, que estabeleceu a transferência de R$ 2 bilhões da União para as entidades, a liberação de ventiladores fixos e de transportes em favor das Santas Casas e hospitais filantrópicos (já foram doados pelo Ministério da Saúde 100 ventiladores fixos e 100 ventiladores de transportes) e a parceria com o projeto Salvando Vidas, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o qual instituições filantrópicas foram beneficiadas com as doações da ação.
Já sobre os pleitos da Confederação, Véras ressaltou os projetos para ampliar a captação de recursos para custeio das atividades meio, nos moldes como ocorreu para alguns hospitais filantrópicos de Porto Alegre, o pedido de encaminhamento de recursos aos hospitais filantrópicos, com a alta dos casos de Covid-19 e as conversações com o Ministério da Saúde para liberação das margens contratuais das operações de crédito com garantia dos recebíveis do SUS.
Santas Casas em Rede
Durante sua explanação, o presidente da CMB apresentou o projeto Santas Casas em Rede, que visa um modelo de organização dos serviços de saúde, através da integração entre as instituições filantrópicas e composto por quatro eixos: reestruturação da rede assistencial, integração na saúde complementar, central única de compras e ensino e pesquisa. “Esse projeto está em construção com todas as entidades, continuaremos construindo durante 2021 e vai mudar a história das nossas instituições com relação ao SUS”, disse Véras. “Nossos hospitais são muito fortes e que possamos, de forma definitiva, sermos respeitados pelo governo, com remuneração justa, para que possamos cumprir nossa missão de servir ao SUS”, concluiu o presidente da CMB.