Uma parcela dos portadores de diabetes mellitus no País têm agora mais um tipo de tratamento para um controle mais efetivo da doença: o procedimento chama-se cirurgia metabólica e é “primo-irmão” da conhecida cirurgia bariátrica (cujo foco é a redução no estômago). Na metabólica, o foco maior é o intestino.Em Alagoas, a renomada equipe de especialistas da Santa Casa de Maceió, formada pelos cirurgiões Jacob Rêgo Miranda, Renato Rezende, Herberth Toledo, Antônio de Pádua e Bruno Mota, realizam essa cirurgia.“Temos taxas de remissão e controle da doença em torno de 85% dos casos. São pacientes que hoje estão com um maior controle do diabetes”, comemora o cirurgião Jacob Rêgo Miranda.A cirurgia metabólica foi autorizada pelo Conselho Federal de Medicina por meio do parecer nº. 38/2017, publicado em novembro. O primeiro passo para saber se você está apto a fazer a cirurgia metabólica é procurar um endocrinologista, pois este especialista é quem deverá encaminhar os pacientes que podem se beneficiar com a nova técnica cirúrgica.Trata-se de um procedimento de alta complexidade, que exige hospital e equipe especializada e amplo nível de experiência em cirurgia bariátrica e metabólica.O cirurgião Herberth Toledo chama a atenção, entretanto, para o fato de que a cirurgia por si só não garante a eficácia e a perenidade do tratamento.Assim como na cirurgia bariátrica, é preciso implementar mudanças de hábitos de vida, que incluem exercícios físicos regulares, alimentação adequada e a presença de uma equipe formada por endocrinologista, nutricionista e psicólogo.

Confira se você está apto à cirurgia

Mas, quem está apto a fazer a cirurgia metabólica? “Quanto mais precoce, melhores são resultados”, comenta o experiente cirurgião Renato Rezende. “Em pacientes com até 10 anos de diabetes, a resposta esperada à cirurgia é melhor, por existir capacidade funcional da células Beta, no entanto, pode-se ter resultados bons, mesmo após esse período, para os quais são necessárias avaliações prévias dessa funcionalidade”, diz Rezende.   Outros critérios igualmente importantes é que o paciente tenha idade entre 30 e 70 anos, que não faça uso abusivo de álcool ou drogas e que tenham IMC (Índice de Massa Corpórea) entre 30 e 34.9 kg/m2. Antes, a cirurgia bariátrica era autorizada apenas para quem tinha IMC acima de 35 kg/m2 associado a diabetes mellitus, hipertensão arterial ou outras co-morbidades ou ainda IMC acima de 40 kg/m2. 

Controle glicêmico por meio de cirurgia foi descoberto acidentalmente

Mais de 16 milhões de brasileiros adultos (8,1%) sofrem de diabetes. A doença mata 72 mil pessoas por ano no Brasil, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado em 2016. Para este universo de diabéticos, a cirurgia metabólica representa mais uma alternativa para tratar a doença.Descoberta acidentalmente, a normalização dos níveis glicêmicos por meio da cirurgia bariátrica mostrou aos médicos o caminho para se chegar à cirurgia metabólica. Os médicos começaram a perceber que os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica (para redução de peso) apresentavam um controle dos níveis glicêmicos, sinalizando que o procedimento poderia ser utilizado com este fim.Em novembro passado, a cirurgia metabólica finalmente foi aprovada pelo Conselho Federal de Medicina para pessoas não obesas mórbidas, condição que sempre foi obrigatória para se fazer a cirurgia bariátrica.Após longos anos de estudos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, esse sonho está mais próximo, principalmente agora que o Conselho Federal de Medicina autorizou a cirurgia como mais um tratamento para o diabetes. Agora só falta o SUS e os planos de saúde enxergarem isso.

Fonte: Assessoria de imprensa St. Casa de Maceió