O Painel 5 do 29° Congresso das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, levantou, nesta quinta (15), o debate sobre o tema “Sustentabilidade ambiental no contexto hospitalar”. O presidente da organização Hospitais Saudáveis e arquiteto do centro de vigilância sanitária da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, Vital de Oliveira Ribeiro Filho, a CEO do Serviço de Inteligência Ambiental, Márcia Mariani e o gerente de engenharia da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Eduardo Lins de Araújo Neto, palestraram na ocasião. O painel foi moderado pelo vice-presidente da CMB, Maurício Dias.
Vital começou dizendo que a missão sobre o projeto Hospitais Saudáveis é transformar o setor da saúde em exemplo para toda a sociedade em aspectos de proteção ao meio ambiente e à saúde do trabalhador, do paciente e da população em geral. “É importante ressaltar que temos a Rede Global Hospitais Verdes Saudáveis no Mundo. No Brasil temos três municípios muito recentes entrando como membros”, ressalta.
Vital mostrou que a agenda global dos hospitais verdes e saudáveis tem alguns objetivos, e tem como elementos-chaves a liderança, a fim de priorizar a saúde ambiental e, as compras – de produtos e materiais mais seguros e sustentáveis.
O presidente da organização Hospitais Saudáveis trouxe citação importante ao alertar que a mudança climática é a maior ameaça global à saúde do século XXI. “Mudança climática afeta toda a nossa vida. Não temos mais água pura no planeta”, destacou. Segundo ele, 6,5% de mortes por ano causadas pela poluição do ar, gerando uma crise global da saúde.
Já, Márcia Mariani, do Serviço de Inteligência Ambiental, falou sobre os gases do efeito estufa nas unidades hospitalares. Segundo ela, o hospital emite carbono e tem influência direta na poluição ambiental. Márcia trouxe para o conhecimento de todos a existência do Programa Brasileiro GHG Protocol, realizado pelo Centro de Estudo em Sustentabilidade Getúlio Vargas, que verifica emissões de gases de efeito estufa, as emissões diretas obrigatórias, a compra de energia e as emissões de terceiros facultativa. A CEO finaliza despertando uma reflexão ao dizer: “nós somos 7 bilhões de pessoas, se cada um fizer um pouquinho nós teremos uma grande ação”.
Por último, Eduardo Lins de Araújo Neto, da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, trouxe um panorama da Santa Casa da Bahia. Eduardo elucidou o tema ao mostrar o exemplo do Hospital Santa Izabel com uso de água e energia. Segundo ele, o hospital é associado à Rede de Hospitais Saudáveis.
Em 2016, Eduardo começou a fazer o gerenciamento de água e para isso foi criado o Programa de Gestão de Águas HSI, com foco na redução do consumo. Para isso, espalharam 30 hidrômetros no hospital e instalaram o controle de consumo online, fazendo uma setorização, como base do trabalho.
Em relação ao gerenciamento de energia elétrica, que começou em 2017, o gerente da Santa Casa de Misericórdia da Bahia destacou a instituição de um programa de gestão de energia. Uma das medidas foi a instalação de 119 unidades de placas solar térmicas em que o objetivo é reduzir em 2% no valor da conta de energia do hospital. “Essas ações implantadas, nós vemos como efetiva promoção da sustentabilidade”, defendeu.
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